quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O primeiro artigo a gente nunca esquece!

Olá!

Admito que esqueci do blog estive muito ocupada e sem tempo para escrever no blog. Bom, na verdade a semana que passou foi meio louca.

Eu estava escrevendo o artigo "A apropriação dos gêneros jornalísticos em um Projeto de Letramento", meu primeiro artigo. Sem nenhum co-autor. A escrita por si só não foi difícil... Mas todo a pressão mental de "preciso escrever, preciso escrever, preciso terminar o artigo" enquanto eu não estava escrevendo foi bem complicada. As pessoas que convivem comigo que o digam. 

Mas escrevi e wah, ele tá tão lindo. A professora não olhou ainda e tenho certeza que tem MUITA coisa pra mudar, mas só de ver ele concluído e compreender que yes, I can!, já me deixou tão feliz. Sem contar que enquanto ela não me manda de volta com as alterações que eu devo fazer, eu posso relaxar e sentir a sensação de "dever cumprido".  O primeiro artigo a gente nunca esquece.

Bom, fora isso, nos últimos dias eu fiz mais uma das oficinas de cinema - Linguagem audiovisual e decupagem, dessa vez - e nossa, foi incrível! Me deu uma noção enorme de certos aspectos de filmagem e edição de vídeo. As aulas da Oficina de Telejornal - sempre tão motivantes, tenho que escrever sobre isso exclusivamente em outra postagem -, as da Oficina de Leitura e Escrita Digital.... E, ah, comecei um curso de inglês - Básico II, hahahaha - tenho andado bem motiva a estudar pra valer Inglês.

As aulas recomeçam segunda-feira, vou fazer a prova de Estudos Literários que eu já tinha mencionado. E quarta-feira começa o SENALE, em Pelotas! Vai ser o máximo, eu espero. E terei muita, mas muita coisa pra contar. :D

Tentarei escrever com maior frequencia, juro!

Mari

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O resumo do artigo:


RESUMO
No presente artigo, pretendo analisar as formas de apropriação de gêneros jornalísticos em um projeto de letramento. Os dados foram gerados através de textos produzidos durante o ano de 2012, por alunos da Oficina de Telejornal, que foi ministrada em uma escola pública municipal por bolsistas da Universidade Federal do Pampa / Bagé - RS. Nesta análise qualitativa e interpretativa descrevo e detalho algumas das diferentes maneiras que os alunos percorrem para produzir um gênero jornalístico, considerando o contexto em que estão inseridos e as especificidades de cada gênero. Os resultados preliminares indicam que os alunos aplicam o conhecimento que têm dos outros gêneros textuais familiares para a produção de gêneros que são novos para eles - na primeira produção de notícias, por exemplo, há traços perceptíveis de ficção, características de gêneros textuais como contos.

Palavras-chave: letramento, gêneros jornalísticos, apropriação

sábado, 8 de setembro de 2012

O direito à literatura

Comecei a estudar pra prova de Estudos Literários. Sim, minha universidade ainda está em greve. Mas como preciso fazer 2ª chamada e a professora já avisou que farei a prova no primeiro dia de volta às aulas, achei prudente começar a estudar, uma vez que há perspectiva de volta dentro de duas semanas.

Reli um texto que foi discutido em aula e se chama "O direito à literatura", do Antônio Cândido. A princípio, não gostava muito dele (o autor). Foi a má sorte da primeira vez que li algo dele, ler um texto em que ele criticava o Drummond. Porém, o texto que li hoje - muito engraçado, aliás, ambos os textos estão no mesmo livro, chamado Vários escritos - me agradou bastante. Embora tenha lido ele há alguns meses atrás, na época em que foi discutido em aula, hoje consegui ter outra visão do que ele quis dizer.

Cândido fala sobre bens compressíveis e incompressíveis. "Certos bens são obviamente incompressíveis, como o alimento, a casa, a roupa. Outros são compressíveis, como os cosméticos, os enfeites, as roupas  supérfluas. Mas a fronteira entre ambos é muitas vezes difícil de  fixar, mesmo quando pensamos nos que  são considerados indispensáveis." E pergunta, então: a literatura é um bem incompressível? Ao longo do texto ele vai usando vários argumentos e exemplos, e mostra que sim, a literatura é um bem a que todos deveriam ter acesso. "Ora,  se  ninguém  pode  passar  vinte  e  quatro  horas  sem  mergulhar no universo  da  ficção  e  da  poesia,  a  literatura  concebida  no sentido amplo a  que  me referi  parece  corresponder  a uma necessidade  universal,  que  precisa  ser  satisfeita  e  cuja  satisfação  constitui  um direito."

Concordo muito com ele. Acredito que todas as pessoas deveriam ter acesso a literatura. Entendo aqui como literatura, a arte em forma de histórias, se manifeste ela em linguagem escrita ou não. Quando vejo meus alunos que muitas vezes não tiveram acesso sequer a um gibi, vejo a importância do que realizamos em nossas oficina. Incentivar a leitura? Sim. Mas não só isso: mostrar a eles coisas que, a nós, parece óbvio, mas que para eles não é: onde eles podem pegar livros emprestados, onde podem fazer leituras na internet, dar subsídios para que eles consigam se tornar leitores. Porque de nada adiantaria dizer as inúmeras vantagens que a leitura proporciona se não mostrarmos como eles podem ter acesso a isso.

Ainda que nosso trabalho não se volte para a ficção, sei que de alguma forma, há um incentivo em relação a isso. Talvez por eu mesma ser uma apaixonada por literatura e ficção, de certa forma, entre uma fala e outra, exerço alguma influência perante a isso, e isso é ótimo! Mesmo que nossa proposta não seja trabalhar com literatura, e sim produzir um telejornal, se por um acaso eu souber que meus alunos estão tendo acesso a livros literários, livros ficcionais, em decorrência da oficina, serei uma pessoa mais feliz.

O que me leva a pensar em outro ponto, que Cândido não aborda no texto: a autoria. Mais do que consumidores de histórias (histórias reais, no caso da Oficina de Telejornal), estamos incentivando que nossos alunos sejam produtores de histórias. Porque quem lê, lê algo que alguém produziu. Nesse sentido, a importância de escrever, de se expressar, de produzir sua história, é inegável.

Tive sentimentos diversos com esse texto. Literatura, leitura, escrita, textos, livros e tudo mais, fazem parte da minha vida desde sempre. Faz parte de quem eu sou. Tenho uma relação muito intensa com tudo isso, não consigo ficar muito tempo sem ler, tampouco sem escrever. Sinto como se faltasse alguma coisa em mim. Então, para mim é terrível pensar que existem pessoas que nunca experimentaram a sensação de não ver o tempo passar enquanto lê um livro, de não conseguir parar de ler porque precisa saber o que vai acontecer na próxima página. Nunca se identificaram com uma personagem, nunca choraram ao terminar um livro ou uma série de livros... Eu acho que isso é uma das coisas mais tristes que existem. Muito mais triste do que saber que alguém nunca viajou ou nunca teve dinheiro para, sei lá, comprar uma roupa bonita e ir jantar em um restaurante.

Sem dúvidas, para mim, literatura é um bem incompressível.

Trechos interessantes do texto:

"Assim  como  todos  sonham  todas  as  noites,  ninguém  é  capaz  de  passar  as  vinte  e  quatro  horas  do dia  sem  alguns  momentos  de  entrega ao  universo  fabulado.  O sonho  assegura  durante  o sono  a  presença indispensável deste  universo,  independentemente da  nossa  vontade. E  durante  a  vigília  a  criação  ficcional  ou poética,  que  é  a  mola da  literatura  em todos os seus  níveis  e modalidades,  está  presente  em cada  um de  nós,  analfabeto  ou erudito,  como  anedota,  causo,  história em quadrinhos,

noticiário policial,  canção  popular, moda de  viola, samba carnavalesco."


"Quer percebamos claramente  ou  não,  o  caráter  de coisa  organizada  da obra literária torna-se  um  fator  que nos deixa mais capazes  de ordenar  a nossa própria  mente e  sentimentos;  e,  em conseqüência,  mais  capazes  de organizar  a  visão  que  temos  do mundo."


"A literatura corresponde  a  uma necessidade  universal  que  deve  ser  satisfeita  sob pena  de  mutilar a  personalidade,  porque  pelo  fato  de  dar  forma aos sentimentos  e  à  visão  do mundo ela  nos  organiza,  nos  liberta  do caos e  portanto nos  humaniza.  Negar  a fruição  da literatura  é  mutilar  a nossa  humanidade."



Mariane



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Meta-reflexão: refletindo sobre o ato de refletir


Lendo hoje o capítulo "Reflexões sobre o livro didático de Literatura - Hélder Pinheiro", inserido no livro Português no Ensino Médio e a formação do professor, onde o autor escreve que, uma das principais falhas dos livros didáticos de literatura é a forma como eles não geram uma reflexão acerca do conteúdo apresentado, me vi pensando na questão da "reflexão".

Na verdade, essa característica - não levantar questões reflexivas - não é exclusividade do livro didático de literatura, ou ainda, dos livros didáticos. Refletir exige tempo, dedicação, demanda até, eu diria, certo esforço. Gerar reflexão, então, demanda tudo isso, mas em dobro.

Me coloco nos dois lugares o tempo todo. Como professora, estou no papel de fazer meus alunos refletirem sobre o que leem, veem, escrevem, conversam. Estimulá-los ter um pensamento reflexivo e crítico sobre o que estão desenvolvendo. Acho que tenho tido sucesso nisso, na medida do possível. Penso que o próprio momento de "autoavaliação" da turma, faz com que eles reflitam sobre o que estão aprendendo.

Agora, enquanto aprendiz e professora em formação, a reflexão se torna mais complexa. Paulo Freire diz que "É pensando criticamente a prática de ontem ou de hoje que se pode melhorar a próxima prática. O seu "distanciamente epistemológico" da prática enquanto objeto de sua análise deve dela "aproximá-lo"." Mas isso ainda é tão estranho pra mim. Enquanto reflito sobre a minha aula, não consigo assumir esse distanciamento epistemológico. Tento sim, enxergar minhas falhas, o que poderia ser melhorado, o que não foi tão bom assim... Mas sei que estou muito longe de escrever como uma "mera observadora". Prova disso é que ontem, ouvi da professora Clara - minha orientadora - "li tua última reflexão, vi que tu tava bem animada!". Isso não é assumir um distanciamento, é?

Mas Freire diz também, "quanto mais me assumo como estou sendo e percebo as razões de ser por que estou sendo assim, mais me torno capaz de mudar, de promover-me, no caso, do estado de curiosidade ingênua para o de curiosidade epistemológica.", então entendo que com o tempo, talvez eu consiga deixar meu pensamento crítico mais acima dos meus sentimentos.

Quanto aos livros didáticos... Enquanto eles não se tornam mais reflexivos em si, cabe ao professor buscar medidas e alternativas para exercitar a reflexão nos/dous alunos. :)

Mari

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Jornalismo, conversa com a Angelina, entre outras coisas

A Angelina Quintana é uma ótima jornalista. Mas me faz ficar feliz por não ter optado  fazer jornalismo. Ela fala com certo desânimo da profissão. Diz que é apaixonada, mas não cursaria de novo. Diz que gosta do que faz, mas nunca parou em um lugar só. Ah, sei lá. 

Como docente, senti os alunos que assistiam a palestra um tanto desmotivados. Penso que eles não se sentem "parte de um jornal" e por isso não se interessam tanto quanto o assunto é jornalismo. Ou talvez, o assunto que já tenha se esgotado. Temos conversado tanto sobre comunicação, mídias e jornalismo nas últimas semanas. 

Por isso que vou falar sobre outra coisa que aconteceu hoje e me fez refletir muito mais sobre jornalismo do que a conversa com a Angelina Quintana.

Estávamos eu, minha irmã (formada em jornalismo), e o Fernando (acadêmico de Letras), conversando, após a Oficina de Documentário, da prefeitura, que aconteceu a noite. Debatemos intensamente sobre a visão da linguagem (e nossa, não sei se é porque é minha irmã, mas jornalistas conseguem ser irritantes quando querem!) que os jornalistas têm e os professores/pesquisadores da área de Letras têm. A visão dos gramáticos, a visão dos linguistas...

São raras as vezes que eu me sinto tão animada com alguma coisa quanto quando eu falo sobre o que eu faço e o que eu estudo. Eu acho que o estudo da língua, da literatura, de tudo que o curso de Letras abrange é a coisa mais incrível do mundo. Tive só 2 meses e meio de aula, mas sinto como se tivesse feito isso durante minha vida toda.

Depois da discussão, o Fernando fez um comentário pra mim, no facebook: "te ver empolgada com discussoes que nem a que tivemos na parada é a prova que tu se achou no curso!"

Sinto o maior orgulho quando ouço alguém falar assim. Ou quando falam "tu tem cara de professora" ou ainda "tu tá no caminho certo". Não sei se é um motivo para ter orgulho, mas me sinto muito, muito feliz por ter essa certeza de que eu quero realmente fazer o que eu estou fazendo e de que as outras pessoas também notam isso.

Sinto saudade das aulas. Quero que voltem logo. :( Penso que, ok, eu tenho essa certeza de que é o que eu quero e tudo mais, mas e os meus colegas? Tínhamos acabado de ingressar na universidade. Quem não tinha muita certeza do que queria, acaba por desistir...

Espero que a greve termine logo.


PS: Meu relato está confuso e... confuso. Estou realmente muito cansada hoje, fiz atividades que exigiram muita reflexão durante os 3 turnos do dia. Queria muito colocar no "papel" tudo que aprendi, vi, vivenciei e conversei durante o dia de hoje e não consegui. Mas penso que o importante é eu levar esse aprendizado comigo e ir fazendo associações ao longo dessas reflexões.

Palestra Conhecimentos em Rede

Hoje foi um dia incrível! Em dias como hoje eu me sinto a pessoa mais feliz do mundo por estar fazendo o que faço e ser quem eu sou.

Vou dividir o dia de hoje em três postagens, para facilitar a compreensão.

Pela manhã, assisti a uma palestra chamada "Conhecimento em rede", com o professor Leffa. Acho que o ponto fundamental que marcou nessa palestra foi a frase, que eu já tinha ouvido antes, "não há aprendizagem sem interação". Vejo isso na Oficina de Telejornal - projeto que eu dou aula no L@B -, o quanto a interação faz toda a diferença, o compartilhar de saberes, os saberes diferentes, enfim, essa atividade recíproca, onde todos se comunicam com todos. Não sei se não haveria aprendizagem se isso não ocorresse, mas tenho absoluta certeza de que essa aprendizagem seria bem menor se não houvesse a interação em sala de aula.

Muito do que o Leffa falou, se volta também para a relação dos meios síncronos e assíncronos, e ainda que ele tenha falado apenas de comunicação, sem especificar gêneros, muito do que ele disse me lembrou de algo que eu já tinha lido em Marcuschi, no livro Hipertexto.

Algo que me incomodou um pouco na palestra, porém, foi quando ele fala que a distância deixa de existir quando recebemo mensagens instantâneas. Na verdade, acredito que, ainda que a distância diminua, ela ainda está lá.

Leffa falou também da Internet 2.0, e fala então dos softwares livres... Menciona o Linux e não pude deixar de pensar o quão despreparados somos para lidar com esse sistema operacional. A necessidade de nos instrumentalizarmos para usar esse sistema é urgente! Tenho pesquisado sobre, e o Linux pode fazer maravilhas se bem usado. Quero que ele deixe de ser uma "barreira" para não fazermos as coisas. "Ah, se tivéssemos o windows". Penso que temos que fazer o melhor uso das ferramentas que nós temos em mãos. E já tenho uma pessoa em mente para ministrar uma oficina sobre isso para o pessoal do L@B!

Enfim, a palestra foi ótima. Mas ainda me sinto um pouco tímida para fazer perguntas, no espaço para questionamentos. Medo de falar alguma bobagem, suponho. Ou dizer algo muito óbvio. Não sei. Mas é uma falha que preciso trabalhar e superar.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ainda pensando sobre o diário...

Boa noite,

Terminei de ler o livro citado na postagem anterior. Acho que agora entendo um pouco melhor o propósito geral do Diário de Pesquisa - ou Jornal de Pesquisa. Na verdade, quando comecei a escrever, pensei que ele seria um objeto de pesquisa para outras pessoas. Mas agora vejo, que ele servirá de objeto de pesquisa para mim também - ou para mim, principalmente. Um lugar onde eu poderei refletir sobre a minha própria prática.

Decidi que vou usar alguns marcadores para separar as postagens. Optei por "L@B", onde terão as postagens referentes a reflexões que surgiram no projeto do qual sou bolsista, "Letras" para as reflexões que surgirem nas aulas do curso da Graduação e "Outros", quando as reflexões não estiverem ligadas a essas duas tags. Claro que isso não impede que eu faça relação entre uma tag e outra, uma vez que eu posso marcar uma postagem com duas tags. Foi só uma forma de organização que me surgiu enquanto lia o livro.

Amanhã - hoje depois que eu acordar - é sexta-feira, dia que eu dou aula, então acho que terei algumas reflexões para compartilhar ao fim do dia. Por enquanto, é isso.

See ya :*
Mari


terça-feira, 21 de agosto de 2012

Primeiras impressões e etc

Querido diário

Olá,

Essa é a primeira postagem no blog Diário de reflexões. O nome é péssimo, mas bem, eu sou péssima com nomes e isso não vem ao caso. Mas a proposta do blog, então, é escrever um diário sobre minha formação ao longo da graduação, o que inclui projetos que eu participo/participarei e tudo que eu considerar relevante no âmbito acadêmico. Eu acho.

Ainda não sei bem como vai funcionar, e confesso, nunca fui muito persistente com essa história de diários. Talvez esse seja o incentivo que eu sempre precisei e nunca tive, porque estou realmente empolgada para registrar as etapas pelas quais passei e vou passar nesse processoo tão significativo que é a graduação.

No momento, estou lendo o livro "O diário de pesquisa - O estudante universitário e seu processo formativo", dos autores Joaquim Gonçalves Barbosa e Remi Hess, e eu espero que ao terminá-lo tenha mais informações sobre como funciona exatamente um diário de pesquisa.

E, então, começo para valer com esse diário eletrônico. :)

Até logo,
Mari.